quinta-feira, 25 de agosto de 2011

FIAT RENOVA O 500 QUE VOLTA AO BRASIL


Em Miami  numa quinta feira a espera do Furacão. Com certeza esta não é um bom programa para ninguem. Mas é o que ocorre nesta quinta feira, 25 de setembro, praticamente no encerramento da convenção de imprensa da Fiat Automóveis que convidou a jornalistas brasileiros e latino americanos a virem a Miami, para o relançamento, ao menos para o Brasil, do Fiat 500.  O pequeno, quase minúsculo,  "Cinquecento"  que lançado no Brasil no inicio de 2009, foi esquecido nas revendas da rede Fiat. Virou um rejeitado porque os brasileiros, simplesmente, se recusaram a  pagar os R$ 70 mil solicitados pela Fiat para um carrinho bom de tecnologia. Um exagero, principalmente porque se tratava de uma marca asssociada a carros populares de custo médio que no Brasil nunca deu muito certo no segmento de elite.
A Fiat, alias, amargou o total fracasso em vendas do Marea e  agora vende muito pouco o Linea que teve uma morna recepção no mercado brasileiro. Embora o Linea seja um sucesso de vendas no mercado da Turquia e em mercados periférico da Europa. 


Agora o que a Fiat apresenta ao mercado  é um 500 reformulado , não na estética, ja que carrinho ganhou apenas alguns leves retoques na parte externa com a adoção de novas lanternas traseiras e de um novo parachoque dianteiro.
Aliás, nao da para mexer na forma ovoide do 500, sob pena de descaracteriza-lô.
E nem precisa, porque o carrinho, convêm lembrar, foi lançado na Europa em 2008, quando foi  escolhido o "Carro do Ano". Seu design é recente e remete ao primeiro Fiat 500, lançado na Italia em 1957.


Aliás o 500 representou o renascimento da indústria automobilística italiana no pós Guerra.
Aquela Itália empobrecida e que ficara do lado errado da guerra ao se aliar, pelo terrível fascismo, à Alemanha do mais terrível ainda, Hitler. No pós guerra, ajudada pelo dinheiro norte americano a Itália se reergueu, e a Fiat, gradativamente, tornou-se uma potência, primeiro regional, hoje global. E as vendas de mais de 4 milhões de Fiat 500 nas decadas de 50 a 70, representou para os italianos em geral a possibilidade de terem de novo a mobilidade, perdida na guerra. O Cinquecento foi para a empobrecida Itália o que o "fusca"  foi para os brasileiros nas décadas de 50 e 60. O carrinho que propiciava ao italianos irem ao trabalho como levava a familia no pequeno habitáculo para os passeios semanais. Um enorme sucesso de vendas da Fiat que resolveu homenagear o 500, recriando-o, com as bençãos da modernidade, em 2007. O Fiat 500 nesta nova versão entrou no mercado europeu em março de 2008. Depois de ter sido apresentado com sucesso no Salão de Frankfurt de 2007. E no Salão de Genebra em março de 2008.


São duas da tarde da quentissima, torrida, quarta feira de Miami, Dia 24 de agosto de 2011. Testo pelas amplas avenidas de Miami, esta cidade multicultural feita por desbravadores de pântanos, porque esta regiao bem ao sul dos estados Unidos da America, quase dentro do mar do Caribe era um charco, um pântano no século passado. Empreendedores com a ajuda do governo norte americano que doou grandes areas dos pântanos, porque eram imprestáveis ao cultivo, e habitat natural de uma fauna pra lá de selvagem, onde ainda sobrevive o Alligator, o enorme e predador jacaré americano. Pois estes desbravadores tornaram em um século Miami um lugar agradável, pousada em cima de terra movediça,  de milhoes de hectares de pântanos aterrados. Então a umidade vem de baixo da terra, sobe, atravessa o asfalto e gera um calor pesado, úmido e insuportavel no verão. No entanto surpreende ver a homens e mulhares que correm pelas ruas e calçadas de Miami sob um calor infernal. Estão adaptados a  temperatura pesada, mas quem vem de fora sofre demais com o calor sufocante e a umidade, sem falar que nesta época do ano, Miami e propicia a vendavais e furacões. E o Irene, furacão de escala três, que nesta semana passou pelo Caribe, já chega a Miami. Neste momento em que escrevo, ha uma tempestade tropical lá fora que verga arvores e despeja toneladas de água. Que vem de cima, é logico.


De volta ao Fiat 500 e, de entrada, uma gama que terá ainda as versões Sport Air e Lounge. Mas o Fiat 500 Cult interessa mais por ser a versão mais acessível que custará no Brasil R$ 39.900. Um preço camarada diante  dos R$ 70 mil que fizeram o 500 fracassar no mercado brasileiro. Ha diferenças que geram este preço reduzido: aquele 500 que chegou ao Brasil no inicio de 2009 era produzido na Polônia e levava os 35% do imposto de importação. Este novo Fiat 500 é produzido na unidade industrial da Chrysler em Toluca no México  está isento, portanto, do imposto de importaçao. Esta a primeira vantagem. A segunda vantagem para o consumidor, reside no fato que ele receberá no showroom dos concessionários Fiat no Brasil, um carro que se beneficia das rígidas normas de segurança vigentes nos Estados Unidos da América, o que obrigou a Fiat a refazer grandes porções da estrutura do 500.



Por exemplo, nos Estados Unidos da América a legislação exige que um carro absorva o impacto traseiro de um ariete de aço impulsionado ao equivalente a 80 quilômetros horários.
Para a engenharia da Fiat isto foi um enorme desafio, afirmava no lançamento o diretor de engenharia para a America Latina, Claudio de Maria. Porque segundo o engenheiro é um desafio preservar a integridade física do habitáculo e dos ocupantes num carro que mede apenas 3m e 60cm. Mas a engenharia da Fiat refez a traseira  e o 500 foi aprovado com louvor nos testes de impacto exigidos pela legislaçao norte-americana. Melhor  para o consumidor brasileiro que receberá este carro super reforçado e resistente a impactos. Na vesão testada inicialmente em Miami, chama a atenção o ótimo trabalho realizado pela engenharia brasileira em conjunto com a  engenharia da Chrysler pelo período de um ano e meio, afirmava no lançamento um dos engenheiros que participou ativamente do projeto, Daniel Landes. Mineiro, simpático e amigavel Landes acompanhou, ao meu lado, o teste do 500 em mais de 100 quilômetros rodados na cidade de Miami e em estradas vicinais nas periferias da grande cidade. Chamou a atençao no teste realizado sobre o asfalto perfeito de Miami, a suavidade de rodagem do novo 500 e sua precisão de movimentos, que ja integrava o DNA do carrinho. O engenheiro Landes explicou que os elementos elastocinéticos, como buchas das suspensões, coxins, molas e amortecedores foram recalibrados, para que o rodar ficasse mais suave e adaptado as condições de rodagem no Brasil onde as suspensões sofrem pressões "verticais" imensas devido aos pisos irregulares. Então a engenharia, ainda segundo Landes, tambem trabalhou enrigecendo  ou suavizando os "aneis" das molas helicoidais, visando uma melhor adaptação das suspensões, justamente, a citadas irregularidades. Na prática isto significa que as diferentes pressões sofridas pelas molas terao a resposta ideal. Ora amolecendo-as, ora ficando mais rigidas. No teste em Miami, estes acertos podem ser sintetizados na incrível leveza, precisão e suavidade de rodagem do 500. Que, sem duvida sera notada pelo consumidor brasileiro. Embora as condições de uso no Brasil sejam tão péssimas, ha tantas crateras, buracos e imperfeições,  que ate podem colocar a prova, estas adaptações realizadas pela engenharia brasileira para o Fiat 500. Mas depois dos 150 quilômetros rodados com a versão Cult, com seu motor 1.4 com 88 hps, ficou a certeza de que cotado desta vez a 39.900 o 500 poderá finalmente mostrar toda sua qualidade e potencial ao consumidor brasileiro. 

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