quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Miami (1)



Miami não é sofisticada. É vulgar. 
E mesmo seus prédios de alto luxo não combinam com a região que era pântano e que foi aterrada durante o século 20. Mas o pântano esta embaixo da cidade que verte água constantemente, drenada por canais. O calor nesta época do ano é insuportável. Porque é úmido, porque tem gosto e cheiro de pântano. O gosto, fica por conta da imaginação que vislumbra crocodilos onde hoje há hotéis de luxo. Há mais de  um milhão de crocodilos nos pântanos da Florida que iniciam  em Everglades, a uns 70 quilômetros de Miami. Os crocodilos que sobreviveram ao aterro de Miami, fugiram para lá. E constituíram vastas famílias  com crocodilos  pais, avós e filhos. Mas os norte-americanos os denominam de “alligators”. Se morder você, dá no mesmo. Mas os crocodilos de Miami hoje são outros. Tem pele humana e mentes ávidas por qualquer coisa: do lucro fácil do narcotrafico, à prostituição de luxo que coloca nos hotéis de alto luxo, mulheres voluptuosas e sensuais que marcam encontros com desconhecidos. Na porta principal do luxuoso hotel onde eu estava, o Turnberry Isle, um minúsculo japonês saia com um mulherão que podia coloca-lo no bolso. Quem disse que dinheiro não compra a felicidade? Senão a felicidade, ao menos o prazer sexual, que  é intenso ou médio ou inexiste, mas que cai no vazio da prostituição. Onde cabem orgasmos rápidos, nunca algum sentimento. A frase soa moralista, é ate  careta neste mundo das gratificações instantâneas. Mas é  lógico que a prostituiçao só existe em função da grana alta. No rico bairro de Ventura onde estão alguns dos hotéis mais caros de Miami há uma série de “casas noturnas” onde o sexo é negociado sem problemas. Mas isto existe no mundo inteiro. E nem é este o ponto, o foco.

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