Não é um mau passo a pé. Pois este pode ter como conseqüência, quem sabe o entorse de um tornozelo ou o “tombo”. O “mau passo” se acelera no Brasil no grande numero de acidentes que envolvem agora brinquedos super potentes. São cidadãos de 50 anos ou mais que na infância brincavam com seus exércitos de soldadinhos de chumbo inofensivos ou davam voltas velozes em “carrinhos de autorama” que tem em mãos agora a maquinas com 300, 400 ou 600 hps. O aumento do numero de emergentes e novos ricos “faz a festa” dos revendedores de carros de luxo em geral ultrapotentes. Os revendedores vendem sem parar os Jaguar, Lamborghini, Ferrari, Audi R8 ou TTS e mais um punhado de bravos”. Estes super carros sempre reagem com vigor , na maioria das vezes, com fúria à pressão do pé direito. No final de semana um belíssimo jaguar XF, foi jogado por seu proprietário contra uma arvore na cidade de São Paulo que gradativamente se transforma numa espécie de laboratório a céu aberto de “crash” ou impacto para super carros. Nos últimos meses, mais de 15 super carros, entre Ferrari, Porsche, Maseratti , Audi e Jaguar, entre outros, se estreparam contra árvores, postes ou contra outros veiculos nas avenidas e ruas paulistanas, com mortos e feridos. Uma nova e trágica realidade que deixa uma saudade no ar: do tempo em que o sensacional “Demônios da Garoa" cantavam o singelo e tocante "Trem das Onze". A letra do clássico da musica popular brasileira dizia que aquele amante tinha que pegar o ultimo trem das onze horas. Porque, afinal, era filho único e morava com a mãe. Uma doce simplicidade que expressava um outro tempo do Brasil mais lento, ingênuo. Mas em tempos tão neuróticos como confusos, todos querem ser velozes. Dos incompetentes e mal amados motoboys aos ultra ricos que pensam que nas ruas das cidades podem repetir os atos heróicos do gênio chamado de Ayrton Senna. Que algum desavisado ousou chamar de “motorista”. Ayrton nem foi um motorista. Era apenas o profissional que vivia no limite e que morreu assim, porque este era seu destino. Mas a odisséia e talento de pilotagem, absurdo do piloto herói e imortal, foi definida pelos guardrails à esquerda e a direita. O talento de Ayrton resumia-se e era sintetizado na pista de competição, unicamente. Pior, quando motoristas medianos, tem em mãos maquinas que sequer admitem erros de avaliação. Que sequer admitem que alguém não a entenda e respeite. Em toda sua complexidade tecnológica e limites direcionados unicamente a profissionais. Mas motoristas normais ou medianos jamais deviam ter nas mãos Porsches com 700 Hps ou o Jaguar que ruge brabo e sai do controle de quem não nasceu nem tem a técnica apurada para doma-lô. Para os que vendem estes carros, e isto inclui a industria automobilistica, que coloca excesso de potencia em carros esportivos; pouco importa o grau de conhecimento do burguês que compra tais máquinas. A exemplo do que ocorre no Japão onde carros super esportivos e ultra rápidos, exigem de seus potenciais condutores exames psicotécnicos complexos e impostos exorbitantes, as autoridades de trânsito no Brasil, também deviam ser mais exigentes na medida em que aumenta a potencia de um veiculo. O Governo japonês quer apenas que um numero menor ou ínfimo de motoristas despreparados lidem com máquinas potencialmente mortíferas. No Brasil a potência excessiva mata cada vez mais. Mas aqui, em geral, se o motorista assustado saiu vivo da batida do Jaguar de R$ 800 mil contra a árvore, ele aciona o seguro e sai a procura de carro ainda mais potente, que da próxima vez, quem sabe, será jogado contra a “Floresta Amazônica”.
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