quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Miami (3)


Estou na frente do Hotel Avalon, cujo prédio data dos anos 20. É um dos prédios mais tradicionais do Distrito Art Deco com sua arquitetura diferente com muitos elementos na fachada que atraem o olhar. Atrai mais ainda aquele Ford Thunderbird em azul e creme estacionado “há décadas” na frente do Avalon. 


O Thunderbird, que a Ford tentou recriar sem êxito no final dos anos 90, é um clássico automóvel norte americano. Ali, enfeita o cenário e complementa a exótica arquitetura do hotel Avalon. Mas há  uma série de prédios em estilo Art Deco, todos transformados em hotéis, que nem são caros. Nas calçadas seus bares e restaurantes fervilhavam na tarde tórrida do domingo.


Havia gente demais em South Beach e 95% eram turistas. Destes, uns 50%, brasileiros. Que conquistados pelo turismo a longuíssimo prazo daquela porcaria chamada CSEVIRA. Ou coisa parecida. Porque ao comprar um pacote dos espertos que gerenciam este turismo de massa, o turista da classe média compra junto hotéis de baixa qualidade, comida péssima e juros exorbitantes. Mas assim viaja o brasileiro da Classe C, majoritário hoje no turismo internacional. É também um turista que só pensa em comprar em Miami.  Quer o  “Uai-Pèdi”, se for mineiro. Se for gaucho ai pedir o TCHE´-Pédi. Porque a esperta Apple cria inutilidades caras como este IPAD que logo ficará obsoleto. Como está obsoleto o telefone celular que em breve será somente um chip, quem sabe , enfiado no cérebro do “vivente”. 


Mas brasileiro compra  tudo que vê. E “Meca” deste consumo a preço reduzido atualmente é Miami. Aliás, daqueles que estavam em South Beach na tarde de domingo, quantos pesquisaram sobre a origem do “Art Deco” ou sobre a importância histórica daqueles hotéis que são  o tesouro local do movimento “Art Deco”. Alias, a maioria nem se deu ao trabalho de olhar para cima e ver aquelas belas fachadas que também carregam a linha verticalizada da arquitetura “Art deco”. A vulgaridade deste turismo de massa barata, predador ambiental, não permite nenhum arroubo intelectual, nenhuma busca que não seja do ai-pédi ou da camiseta barata fabricada na china que vai encolher na primeira lavagem. Não é elitista esta imagem, nem é discriminatória. É que os brasileiros sofreram tantas carências nas ultimas décadas, não tiveram acesso a nada, à não ser ao péssimo turismo interno, que a viagem ao exterior, ainda é o sonho alcançado finalmente pela  maioria. É lógico que nesta necessidade de afirmação o brasileiro da classe C ou D, engole este turismo de massa que oferece os lugares mais batidos e manjados do mundo. Porque os lugares mais interessantes e sofisticados ainda custam caro e estão fora do alcance da classe média brasileira emergente. Mas somos todos brasileiros e, independente da classe social, vivenciamos as mesmas carências

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