quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Diversidade para enfrentar o mercado real

Ao anunciar no salão na manhã de terça-feira o preço de 9 mil euros para o belo e prático Up!, o carro urbano que estará no mercado brasileiro até 2014, o Grupo Volkswagen se antecipou às mudanças que virão. A Volks oferece com o Up! a qualidade a custo acessível. Os analistas de marketing do grupo vislumbraram a crescente inflação global, a alta generalizada das matérias-primas que afeta as indústrias automobilísticas e a Europa que decai a olhos vistos e direcionaram a Volks para a produção de um veículo bom e barato. Chama a atenção em Frankfurt a frugalidade das apresentações das grandes marcas globais que, à exceção das alemãs, anfitriãs da grande festa do automóvel, realizam exposições impactantes. Mas não há os artistas famosos dos outros tempos, nem aquele glamour que embalava o salão naquele mundo menos complicado, onde as torres ainda ficavam de pé e onde a Europa era somente sinônimo de sofisticação e estilo. No atual contexto de uma crise global que se alastra e ameaça a todos, o Salão de Frankfurt é ainda uma grande festa para os sentidos de quem gosta de automóvel. Mas esta edição também pode ser o divisor de águas. Ficará entre o glamour do automóvel, ainda exposto, sem meios termos, nos belíssimos Bentley e nas fogosas Ferrari, e as múltiplas incertezas da realidade, que vão desde a crise econômica global ao desemprego crescente e à poluição ambiental, entre outros fantasmas. Cabe ao Salão de Frankfurt demonstrar que o futuro não será o inimigo do automóvel. Mas as carências que se evidenciam lá, como na evidente economia das montadoras na apresentação de seus produtos, trazem para dentro da exposição a incômoda incerteza. Aliás, o futuro exigirá que os organizadores repensem sobre esta excessiva grandeza de Frankfurt. Afinal, dinossauros eram gigantes e sumiram.

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