terça-feira, 6 de setembro de 2011

NOS EUA O RETROCESSO NA SEGURANÇA EM MOTO


Numa  rodovia de Miami, estado da Florida, no quentíssimo domingo da semana retrasada, quando do lançamento do Fiat 500 naquela cidade,  do banco traseiro daqueles taxis  tipicamente norte americanos, enormes, invariavelmente amarelos, era possível a visualização de um grupo de motociclistas que passavam bem acima do limite dos 110 quilômetros horários em motos superesportivas. A princípio uma cena comum nas estradas dos Estados Unidos da America como é cena comum supermotos que passam na sinuosa Br116, no estado do Rio Grande do Sul, distante da Florida mais de 7 mil quilômetros ou 10 horas de vôo, aproximadamente. Mas aqueles motociclistas chamavam a atenção por não portarem capacetes. Do grupo de dez, montados em potentes Kawasakis, Hondas e Suzukis, todas acima das 1.000 ciklindradas, nenhum portava capacete. Uma enorme contradição em relação ao país, que mais se preocupa e legisla sobre segurança e trânsito no mundo. Os Estados Unidos estão a frente, por exemplo, na  proteção a pedestres, já que por lei os automóveis e principalmente os SUVS tiveram suas frentes rebaixadas, a fim de não causarem danos graves em atropelamentos em velocidade ate 60 quilômetros horários. Após esta velocidade, talvez só a interferência divina salve o pedestre. Mas em relação a motociclistas, as legislaçoes estaduais permitem que ele opte em usar, ou não, o capacete.

Felizmente são poucos os Estados, entre eles a Florida, Illinois, Utah e Arizona que permitem esta  questionável liberdade individual. Um recente estudo promovido pela AMA, ou Associaçao Americana de Motociclismo, uma poderosa entidade com milhões de associados, demonstrou que nos estados que permitem que não se use capacete, as mortes por fratura de crânio aumentaram geometricamente. Na quente Florida que tem uma das maiores frotas de motocicletas dos Estados Unidos da America, porque o clima quente favorece o uso da moto, de 2000 a 2011, o aumento nas mortes por fraturas de crânio foi de mais de 300%. E as autoridades impassíveis, nada fazem para reverter o quadro trágico. Na Ocean Drive a quente avenida da moda em Miami, num domingo um grupo de motociclistas latinos se dirigia a seu ponto na Avenida. 

Um deles parou e perguntou sobre a nacionalidade do repórter que fotografava a cena. Ao saber que era brasileiro, sorriu amistoso. Mas o diálogo aberto e franco so foi possível porque ele a bordo de uma poderosa Harley não portava capacete. Perguntado sobre a razão de não utilizá-lo ,sorriu e disse  de forma simples e objetiva que na Flórida ninguem usa, porque com capacete ninguém suportaria o calor. Era, é lógico uma inverdade. Capacetes de ótima qualidade tem refrigeração interna e não esquentam a cabeça, refrigerada pelo vento que flui pelos dutos de ventilação. O problema era a desinformação que não é so privilégio dos “emergentes. É praga também para os “desenvolvidos”.


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